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No contexto dos negócios, Ronstadt (1987) afirma que o empreendedorismo consiste
em um processo dinâmico que permite a criação e ampliação da riqueza através de indivíduos
que assumem riscos em termos de patrimônio, tempo e/ou comprometimento com a carreira e
que sejam capazes de agregar valor a algum produto ou serviço.
Nessa mesma linha de concepção está a afirmação de McClelland (1972) de que
empreendedor é aquele que assume um risco sendo movido por necessidades humanas de auto
realização, desejo de conquistas, procura de autonomia, de construção de redes de contatos e
de estabelecimento de know-how. Dessa forma, compreende-se o empreendedorismo não
apenas como indutor de novos negócios, mas também como um fenômeno que auxilia na
descoberta de novos mercados e oportunidades de negócios.
Na construção do conceito de indivíduo empreendedor, duas correntes principais se
destacam: a corrente dos economistas, precursora nas discussões sobre este agente; e a
corrente comportamentalista.
A primeira associa a figura do empreendedor à criação, alguém capaz de introduzir,
em diferentes contextos, processos, tecnologia e soluções inovadoras. Para Schumpeter
(1950), a função do empreendedor é reformar ou revolucionar os padrões de produção,
explorar algo não antes experimentado para produzir um novo produto ou um produto já
existente em um novo processo, proporcionando uma nova fonte de suprimento de materiais
ou uma nova forma de comercialização de produtos. O empreendedor é uma pessoa capaz de
destruir a ordem econômica vigente devido à introdução no mercado de novos
produtos/serviços, pela criação de novas formas de gestão ou pela exploração de novos
recursos, materiais, tecnologias e processos. Foi esse autor que estabeleceu os conceitos de
destruição criativa, onde o empreendedor desafia o mercado e possibilita uma ruptura de
paradigmas predominantes, podendo alterar ou até romper o equilíbrio existente com a criação
de novos produtos.
A segunda corrente, dos comportamentalistas, de acordo com Acs et al. (2012),
enfatiza os aspectos que se referem aos procedimentos e atitudes do empreendedor, como a
intuição e a criatividade. Filion (1999) afirma que o empreendedor é uma pessoa criativa,