A ASCENSÃO DO NEOCONSERVADORISMO NO BRASIL E SEUS INFLUXOS NAS POLÍTICAS MIGRATÓRIAS
Palabras clave:
Migração, Políticas Migratórias, Ideologias políticas Relações Internacionais, Direitos de grupos especiais.Resumen
Este trabalho aborda a ascensão do neoconservadorismo no Brasil e seus possíveis influxos sobre as políticas migratórias, com especial atenção para os países da América do Sul. O estudo se justifica diante da emergência de arranjos políticos neoconservadores que manifestam propostas de políticas externas restritivas à integração multilateral e ao ingresso de migrantes. A finalidade deste estudo é analisar as características essenciais do pensamento neoconservador em relação às políticas migratórias e aos processos de integração entre Estados Nacionais. O estudo funda-se em revisão de literatura e análise de documentos. Constata-se que o pensamento neoconservador se antepõe ao iluminismo racionalista, à visão ativa do ser humano, à “utopia democrática”, aos direitos humanos, à política como mediação, ao pluralismo ideológico e às construções teóricas da diferença. Ao sustentar-se em uma mescla de valores tradicionais (família, religião, hierarquia, autoridade), com ideias liberais na economia, securitização do Estado, nacionalismo, controle da pobreza e fundamentalismo religioso, o neoconservadorismo gera uma “política do ódio” ao diferente, implicando diretamente na percepção do migrante e do estrangeiro. O fenômeno migratório, historicamente, tem sido essencial para o desenvolvimento e a integração dos países da América do Sul. Sua governança, por meio de políticas internas e externas, tem se mostrado amplamente suscetível aos interesses políticos dos respectivos governos e grupos de poder, de tal forma que um avanço do neoconservadorismo pode comprometer os já alcançados avanços legislativos no campo das migrações, bem como a liberdade da circulação de pessoas migrantes e a sua inserção e integração nos corpos políticos.
Palavras-chaves: Migração. Políticas Migratórias. Ideologias políticas. Relações Internacionais. Direitos de grupos especiais.
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